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Painel inédito que retrata Tuíre Kayapó e sua neta será pintado ao vivo em Belém

Tuíre e a neta: a luta pela defesa da floresta como herança ancestral TV Liberal A exposição permanente dedicada à líder indígena Tuíre Kayapó, em Bel...

Painel inédito que retrata Tuíre Kayapó e sua neta será pintado ao vivo em Belém
Painel inédito que retrata Tuíre Kayapó e sua neta será pintado ao vivo em Belém (Foto: Reprodução)

Tuíre e a neta: a luta pela defesa da floresta como herança ancestral TV Liberal A exposição permanente dedicada à líder indígena Tuíre Kayapó, em Belém, ganha uma nova obra neste domingo (3). A artista afro-indígena Alice Hermosa vai pintar, ao vivo, o painel intitulado "Herança Ancestral", que retrata Tuíre ao lado de sua neta — escolhida por ela mesma como herdeira na defesa dos povos originários e da floresta amazônica. A atividade faz parte da programação especial da Casa Ikeuara da Amazônia, primeiro centro de cultura, arte e memória indígena do Pará, fundado e gerido por indígenas. A obra será incorporada à mostra permanente em homenagem à cacica, considerada símbolo mundial da luta pela floresta. Imagem de Tuíre com seu facão percorreu o mundo e se tornou símbolo da luta indígena na Amazônia Arquivo Tuíre Kayapó morreu em 2024, aos 57 anos, vítima de um câncer. Seu nome entrou para a história na década de 1980, quando, aos 19 anos, protagonizou um dos episódios mais emblemáticos da resistência indígena no Brasil: durante uma audiência pública em Altamira, no sul do Pará, ela encostou a lâmina de seu facão no rosto de um engenheiro da Eletronorte, em protesto contra a construção de um complexo de hidrelétricas no rio Xingu. A cena foi registrada por fotógrafos e ganhou repercussão internacional. A pressão liderada por Tuíre contribuiu para que o projeto — então chamado Kararaô, um grito de guerra Kayapó — fosse suspenso por duas décadas. Ele acabaria sendo retomado com outro formato, sob o nome Belo Monte. Legado e memória Com a aproximação da COP30, que será realizada em Belém em 2025, a memória de Tuíre ressurge como símbolo de urgência climática e de resistência dos povos da floresta. A exposição reúne fotografias, vídeos, registros históricos e objetos pessoais, como o cocar e o último facão usados por ela. Esses itens ficarão sob a guarda da Casa Ikeuara até que sua neta — que também se chama Tuíre — complete 18 anos e esteja preparada para assumir, oficialmente, o legado deixado pela avó. Serviço: Pintura de obra ao vivo na exposição Tuíre Kayapó, domingo, 3 de agosto, a partir de 10h, na Casa Ikeuara da Amazônia, na Tv. Piedade, 638 – Bairro do Reduto, Belém. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará